Aeroporto de Vitória-Es receberá o ILS

Na última sexta-feira (23), o Presidente da Infraero Murilo Marques Barboza, em reunião com o Governador do ES, Paulo Hartung, anunciou que serão adquiridos e implantados ainda neste ano de 2010 dois importantes equipamentos para aumentar a segurança dos voos na Terminal Vitória: O ILS e o RADAR para a Torre de Controle (TWR).

Estes dois equipamentos aumentarão e muito a segurança nas operações no Aeroporto de Vitória. Pensando assim o VIX AGORA decidiu publicar uma matéria especial sobre o equipamento em questão para que todos possam saber um pouco mais sobre a importância do mesmo.

Mas o que é e como funciona o ILS? Quanto custa o investimento?

A sigla ILS significa:

Em vários aeroportos no mundo os pousos são auxiliados por Instrumentos de Precisão e de Não Precisão, sendo este último tipo, o mais encontrado e utilizado devido ao seu custo de implantação e manutenção ser menor do que um Instrumento de Precisão.

Quando um aeroporto está operando por instrumentos significa que as condições de visibilidade e teto (base da camada de nuvem mais baixa), estão bastante reduzidos podendo até fechar o aeroporto em questão por algumas horas como sempre podemos observar no Inverno quando vários aeroportos brasileiros sofrem com as neblinas.

Hoje o Aeroporto de Vitória possui três auxílios de Não Precisão: O NDB, o DME e o VOR sendo este último o mais utilizado.

Através destes dois Auxílios as aeronaves fazem a aproximação por instrumentos e pouso no Aeroporto de Vitória.

ILS ou Instrument Landing System é um sistema de aproximação por instrumentos, que dá uma orientação precisa ao avião que esteja pousando em determinada pista.

Ele consiste em dois sistemas distintos: Um deles mostra a orientação lateral do avião em relação a pista e o outro mostra o ângulo de descida ou orientação vertical.

Sistema baseado na transmissão de sinais de rádio que são recebidos, processados e apresentados nos instrumentos de bordo do avião. A aproximação ILS (Instrument Landing System) é também chamada de “Aproximação de Precisão” (Precision Approach), por contar com as informações do Localizador em VHF (Very High Frequency) e do Glide Slope em UHF (Ultra High Frequency), fornecendo informações para o alinhamento com o eixo da pista e com a trajetória correta de planeio para o pouso.

Como funciona o ILS?

O ILS possui três componentes: Localizer, Glide Slope e Marcadores.

imagem: wikipedia.org

Localizador
A antena do Localizador está situada a 1.000 pés após a cabeceira oposta a qual se executa a aproximação, emitindo sinal de rádio modulado em 90 Hz e 150 Hz, separados no alinhamento da pista, com um alcance aproximado de 25 milhas, com cobertura de 35º até aproximadamente 17 milhas e de 10° após 17 milhas. Esses equipamentos têm como finalidade fornecer a direção da pista, uma vez que a freqüência de ILS foi colocada no sistema de navegação do avião (NAV1), o que leva a aeronave a se alinhar no eixo da pista.

Glide Slope
A antena do Glide Slope está localizada entre 750 e 1.250 ft da cabeceira da pista, e tem a finalidade de fornecer o ângulo de planeio correto durante uma aproximação. Este ângulo ideal está entre 2 e 4° e varia conforme o relevo do setor de aproximação.

Marcadores
Algumas instalações possuem os Marcadores junto com o ILS. Quando o avião recebe a transmissão de um marcador, um sinal visual é mostrado ao piloto e outro sonoro é reproduzido, operado numa freqüência de 75 MHz, cuja finalidade é fornecer informações de distância em relação à cabeceira da pista.

Marcador Externo (OM, Outer marker)

Fica localizado a aproximadamente 7200 m (3.9 NM) da pista. Seu módulo são duas barras por segundo com uma frequência de 400Hz e seu indicador é azul.

Marcador Médio (MM, Middle marker)

Fica localizado a aproximadamente 1050 m da pista. Seu módulo são barras e pontos alternados com uma frequência de 1300Hz. Tem o propósito de avisar o piloto que o contato visual com a pista é iminente.

Marcador Interno (IM, Inner marker)

Fica localizado a aproximadamente 300 m da pista. Tem o propósito de avisar o piloto, quando em condições de baixa visibilidade, da chegada iminente a pista. Seu módulo é 6 pontos por segundo na frequência de 3000Hz.

O ILS é dividido em três (3) categorias conforme a imagem abaixo:

Cada um possui os mínimos de segurança diferentes dependendo se sua Categoria. A Categoria/Tipo mais provável a ser instalada em Vitória será o CAT-I que possui os mínimos maiores de todas as 3 Categorias.

Na Categoria I (CATI) os mínimos na aproximação são: Teto de 200 pés e visibilidade de 800m. Caso os mínimos estejam diferentes disso (ex: 100x500) o piloto não avistará a pista e deverá arremeter.

Caso a pista possua sistema de Balizamento Central (luzes) os mínimos podem ser reduzidos para 600m de visibilidade.

Lembrando que:

Para que a operação com o ILS seja possível, além do Aeroporto possuir o equipamento, tanto as aeronaves quanto as tripulações (pilotos) devem ser homologados (possuir autorização e as aeronaves equipamentos a bordo).

Em resumo a aeronave intercepta o ILS (Localizer) e desce "sozinha" na rampa (Glide Slope) com os pilotos monitorando até que avistem a pista, antes ou até os mínimos, para que desacoplem o piloto automático e possam completar o pouso visual.

Já na categorias CATIII (C), os mínimos são zero de teto e de visibilidade podendo as aeronaves (caso juntamente com as tripulações estejam homologadas), possam pousar automaticamente.

Hoje,
Com os atuais auxílios de Não Precisão em uso, os mínimos são:
-Para as aproximações com o auxílio do VOR/DME:
500 pés de teto e a visibilidade variando de 1600m a 2400m em função da categoria da aeronave (A, B, C e D).
-Para as aproximações com o auxílio do NDB:
710 pés de teto e a visibilidade variando de 1600m a 3600m em função da categoria da aeronave (A, B, C e D).
-Para as aproximações com o auxílio do NDB/DME:
500 pés de teto e a visibilidade variando de 1600m a 2400m em função da categoria da aeronave (A, B, C e D).

Com a redução significativamente nos mínimos meteorológicos de 500 pés para 200 pés e de 1600m para 800/600 metros na visibilidade, aliado ao importante fator de que teremos o radar em operação na TWR podendo reduzir a distância entre as aeronaves dentro da Terminal Vitória com o monitoramento mais seguro e preciso dos controladores de voo, o aeroporto dificilmente voltará a sofrer o caos já vivido por centenas de passageiros em períodos de chuvas torrenciais.

Recentemente entraram em vigor novos procedimentos de aproximação para pouso por instrumentos, também considerados de não precisão, que utilizam pontos fixos por coordenadas geográficas chamados de fixos e são operados por aeronaves que possuam o GPS a bordo juntamente com tripulação homologada. Este tipo de procedimento, o RNAV/GNSS,  mesmo não sendo considerado de precisão, possui limites de teto e de visibilidade menores, em alguns casos, do que os de não precisão (VOR/DME e NDB).

-Para as aproximações por RNAV/GNSS:

480/460 pés de teto e a visibilidade variando de 1600m a 2200m em função da categoria da aeronave (A, B, C e D).

Custo:

Hoje, fala-se que o preço de um ILS CATI possa variar entre R$ 2 e 3 Milhões. No ano de 2007, este era o valor de um CATII em dólares.


Veja nos vídeos abaixo os exemplos reais de aproximação por instrumentos com o ILS. Os pousos jamais poderiam ter sido efetuados caso fosse feita a aproximação por instrumentos com auxílios de não precisão.

ILS CAT-III

ILS CAT-II

ILS CAT-I

Saiba mais sobre o VOR: http://pt.wikipedia.org/wiki/VOR
Este é o atual VOR, em operação, de Vitória (VTR) 115.50Mhz

Saiba mais sobre o NDB: http://pt.wikipedia.org/wiki/NDB

Fontes: vixagora, youtube e wikipedia.org